Considerada uma das cem piores espécies exóticas invasoras do mundo, javalis podem ser compreendidos como uma praga pelos danos que causam à agricultura em diversos lugares do planeta. A caça desses animais, ainda que muito polêmica, tem se mostrado como o método de controle mais usual. Deste modo, esta pesquisa se propõe compreender de que forma e em quais circunstâncias um animal é concebido enquanto praga e lhe é demandado controle. Para analisar as circunstâncias da praga desenvolvi investigações de forma multissituada abarcando regiões do estado brasileiro do Rio Grande do Sul e da comunidade autônoma espanhola da Catalunha onde os animais são tidos como praga. Situada dentro do campo da antropologia das relações multiespécies, esta pesquisa engloba um emaranhado de relações entre seres humanos e não humanos que é fundamental para entender a circunstância da praga. Ao final, podemos compreender que praga, para além de algo importuno e nocivo, é uma condição emergente que qualquer criatura humana ou não humana pode vir a ser.

Tese de doutorado orientada pelo Prof. Dr. Jean Segata (UFRGS).

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