Multiplicam-se muito nessas terras: pecuárias e anti-pecuárias indígenas no Brasil 

FELIPE VANDER VELDEN

O presente projeto de pesquisa recupera meu projeto anterior (Bolsa PQ 2019-2021, Processo 304386/2018-9) que tratava, de modo mais amplo, da introdução de animais exóticos de origem europeia ou africana entre os povos indígenas nas terras baixas da América do Sul, mas agora concentrando as investigações sobre um conjunto particular de animais: os grandes mamíferos de rebanho, ou o que se costuma designar como gado (bovino, equino, suíno, caprino, ovino e outros). Trata-se, assim, de analisar a introdução (espontânea ou dirigida), adaptação, adoção, presença, usos, exploração e impactos materiais e simbólicos do gado – assim como as técnicas, ofícios, práticas e rotinas associadas à sua criação, e o conjunto de múltiplos seres humanos e outros-que-humanos que habitualmente o acompanha (estruturas e artefatos de confinamento e contenção, gramíneas exóticas, microorganismos, vaqueiros, fazendeiros e outros) – entre as sociedades indígenas no Brasil. Com isso, espera-se adensar o conhecimento sobre as múltiplas pecuárias indígenas desenvolvidas no país desde a introdução desses animais pelos portugueses no século XVI, bem como sobre as anti-pecuárias, contextos em que bois, cavalos e outros continuaram sendo vistos e apropriados pelos povos nativos não como animais de criação, mas como algo mais próximo às presas de caça. Palavras-chave: Povos indígenas; animais; gado; pecuária; fazenda.  

Projeto de Pesquisa - Bolsa PQ-2 - CNPq (em andamento).