Este projeto tem por objetivo analisar as formas de incorporação da criação animal e das tecnologias, técnicas e práticas de seu manejo e criação entre povos indígenas na região conhecida como leste etnográfico, que inclui os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e sul da Bahia. Trata-se de investigar a formação, nesta zona geográfico-etnográfica, do que denomino de fazendas indígenas, que se constituem tanto na inserção de trabalhadores indígenas no trato com a criação animal nas múltiplas propriedades rurais que se desenvolveram na região ao longo dos mais de cinco séculos da conquista, como a introdução da criação de animais domesticados de pequeno (galinhas, porcos, coelhos e outros) e grande (bois, cavalos, cabras, ovelhas, burros e outros) porte nas aldeias e nas rotinas sociotécnicas e universos cosmológicos ameríndios. Com isso, espera-se discutir de que maneiras o modelo de criação animal preconizado pela pecuária foi adotado e adaptado, ou conhecido e recusado, pelas sociedades indígenas que, nesta porção do país, tiveram e têm contato com esses seres que chamamos de animais domésticos e, muito particularmente, com o gado, seja bovino, equino, suíno, caprino, asinino, ovino, bubalino e outros. Por meio da coleta e análise de amplo material documental e bibliográfico, intenciona-se produzir uma história culturalmente sensível dos caminhos da criação animal nativa nesta região do Brasil. 

Palavras-chave: antropologia – etnologia - criação animal – pecuária – leste etnográfico.

Projeto de Pós-Doutorado, Univerisdade Federal de Juiz de Fora - supervisão da Profa. Dra. Elizabeth Pissolato (em andamento).